sábado, 25 de abril de 2015

Cabritinho, a ver se pega...

Já temperei a perna de cabritinho que eu e a L. vamos comer ao jantar. O que vos parece?


A L. deixou-me um bilhetinho, a pedir para enfatizar o alho. Isto quer dizer que se está a preparar para ir ver o Anthony Braxton, mais logo, à Casa da Música, e não vai haver badalhoquice sáfica...


Está chuva e vento, não me apetece nada sair para ouvir saxofonistas histéricos. Pelo sim, pelo não, carreguei na pimenta e pus um Dona Berta Rabigato a refrescar. Pode ser que pegue...


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Um prato do caril!

Ainda de ressaca dos festejos da vitória de ontem dos portucalenses sobre os bávaros, resolvi fazer um caril de gambas para o jantar. Mas algumas coisas estão a correr mal.

Não tinha coco e, para ver se havia remédio, fui buscar o meu Livro de Pantagruel. Só que, no escuro, confundi-o com o Kama Sutra. No início, não estranhei, porque afinal o caril é um prato indiano, e eu gosto dele um tanto picante. Mas, a páginas tantas, já o alho esturricava, reparei no meu erro.

Não se admirem, era a edição não ilustrada! Acabei por optar por um bocadinho de piña colada que ainda tenho ali no frigorífico. Juntei também um pauzinho de canela para anular o gosto do abacaxi, mas não sei se isto faz algum sentido. Seja o que Vishnu quiser!


Entretanto, telefonei para os da Vodafone a dizer que havia uma avaria no modem da Internet. Coloquei o Kama Sutra (a versão com figuras), estrategicamente, em cima do sofá, como quem não quer a coisa. O técnico chega às dez.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Falemos do Costa...o de Matosinhos

Movida pela curiosidade criada por um programa de rádio fui um dia destes até ao Costa, mais precisamente até ao Costa em Matosinhos, restaurante singelo na rua Rua Roberto Ivens 201.

Ficando-me apenas pelas coisas positivas, destaco o pernil cozido que a imagem abaixo retrata, o qual rivaliza com o pernil assado no forno do Antunes (o da Baixa do Porto). Este é mais suave no que toca a sabores...a simplicidade do espaço também atrai e uma clientela  não muito numerosa, mas acolhedora, dá ao Costa um nível sonoro de confortável prazer para conversar...

Vale a pena experimentar...




sábado, 11 de abril de 2015

Os únicos animais que deviam deixar entrar nos restaurantes

Os únicos animais que deviam deixar entrar nos restaurantes (incluindo as esplanadas) são os que vêm já preparados. No forno, na grelha, em carpaccio ou tártaro, na caçarola, seja como for. De cãezinhos e canzarrões, mais os seus ternurentos e carentes donos e progenitores, estou farta.


sábado, 4 de abril de 2015

Folar (o verdadeiro)

Ingredientes:
500 g de farinha
150 g de toucinho entremeado
150 g de presunto
150 g de salpicão
150 g de manteiga
40 g de azeite
6 ovos + 1 gema
1 saqueta de fermento seco de padeiro
1 pitada de sal
Óleo para untar
Farinha para polvilhar

Preparação:
Deite os ovos para uma taça grande, junte a manteiga, o azeite, a pitada de sal, a farinha e o fermento e amasse bem, durante 5-10 minutos (pode usar a batedeira elétrica). Se for necessário, polvilhe com mais um pouco de farinha para a massa descolar da taça.
Retire depois a massa, polvilhe-a com farinha, enrole-a e coloque-a num recipiente também polvilhado com farinha (pode ser na mesma taça). Faça um corte em cruz por cima, polvilhe novamente com farinha, cubra com um pano húmido e deixe levedar até ficar com o dobro do tamanho.
Ligue o forno a 180 graus. Retire o couro ao presunto e ao toucinho e corte-os em pedaços pequenos. Corte o salpicão em rodelas. Estenda a massa, disponha-lhe as carnes por cima, amasse novamente, coloque numa forma redonda untada com óleo e deixe levedar mais 10 minutos. Pincele depois com a gema batida, leve ao forno cerca de 45 minutos. Verifique a cozedura com um palito e, se já estiver cozido, retire do forno, desenforme, deixe arrefecer e coma. Ofereça. Partilhe

O meu ficou muito bonito. Uma Páscoa Feliz!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O Senhor Manoel de Oliveira

Primeiro foi o Poeta Herberto, agora também o Cineasta Manoel. Esta primavera está a ser terrível para os Artistas Cotas, o que é uma injustiça, porque há para aí tantos que ainda são jovens mas deviam ir antes deles, em vez de nos infernizarem a vida com a sua "criatividade".

Não se pode dizer que eu fosse muito apreciadora, ou até conhecedora, da obra do Senhor Manoel. Uma vez cheguei a ver um filme, que era a preto e branco e tinha muitas crianças a brincar, porque me disseram que era aquele do "esternocleidomastoideu", ou o do "Ó Evaristo, tens cá disto?!", com a dupla de humoristas portugueses Bucha e Estica. Mas, afinal, o homem da loja não se chamava Evaristo nem tinha bigode, como o Senhor António Silva (o nome verdadeiro do Estica, não sei se sabem; o Bucha era o Senhor Vasco Santana). Fiquei um bocado desiludida, e além disso o filme precisava de legendas, era muito mal falado. Lembro-me ainda de outro filme, também a preto e branco, que o meu avô gostava muito porque mostrava a vida no Douro, com os rabelos, os carros de bois, as pipas de vinho e isso tudo. O meu avô era de Agrelos.

O ator Nascimento Fernandes, o lojista de Aniki Bobó.

Mas adiante. Tenho pena que o Senhor Manoel se vá. Muita gente gostava dele e dos seus filmes, no mundo inteiro, e se muita gente gostava dele devia ser bom. Também tenho que vos dizer que eu uma vez conheci-o pessoalmente, ou quase, num restaurante do Porto, o Escondidinho, onde ele estava numa party com um grupo muito catita de médicos do Hospital de S. João. Até tirei, para vergonha da minha amiga Francisca (aquela loura singular), uma fotografia, mas sem eles darem conta. Ora vejam - o Senhor Manoel, naquele momento, pareceu-me o Abrunhosa, de óculos escuros.


Era um bom garfo, mas para chegar aos cento e seis anos não devia ser de excessos. Contaram-me que o segredo dele era evitar os galões, as meias de leite e essas cenas que eu também acho um bocado nojentas. Mas não sei se não era mesmo das sopas. É que um dia li isto numa entrevista que ele deu a um jornal:
"Como sopa, de legumes. Porque um cientista, que fez um exame à nutrição dos americanos que deixaram de comer sopa às refeições, declarou que se eles retomassem a sopa diminuiriam o cancro em mais do que cinquenta por cento. Também gosto de sopa de peixe"...
Quem não gosta de sopa de peixe, um dos meus amores de perdição?

terça-feira, 31 de março de 2015

Publicidade perigosa...

Vou-vos falar de outro projeto, ou melhor, contar outra história. Há uns meses, vinha eu de um passeio pelos Caminhos do Romântico, quando no 49 da rua da Restauração deparo com carrinha da polícia parada no meio da rua, com um agente apeado a interrogar um jovem imberbe mascarado de pistoleiro, com chapéu, lenço negro a tapar o rosto e coldre com duas pistolas. Ao aproximar-me, percebi que o agente perguntava pela licença de uso e porte de arma e o rapaz, todo atrapalhado, foi chamar o patrão dentro estabelecimento, a Taberna Zé do Telhado...
Tratava-se apenas de publicidade ao restaurante - as armas eram muito antigas, de coleção, e o rapaz estava disfarçado de Zé do Telhado para chamar freguesia... A coisa por ali ficou, penso eu...

O que é certo é a ideia durou poucos dias e passados alguns meses o restaurante fechou...dedicam-se agora a antiguidades.


segunda-feira, 30 de março de 2015

Crítica de restaurantes: Vinhas d'Alho

Não vou perder muito tempo: este é um restaurante a evitar. Se estiver pela Ribeira (no Muro dos Bacalhoeiros, para ser mais preciso) e esta for a única alternativa, aproveite para fazer dieta.
Talvez esteja a ser injusta, porque, afinal, só provei um prato. Mas eram tripas, caraï! Como é que alguém se atreve a servir aquela aguadilha, acompanhada de um arroz semi-cru, e chamar-lhe tripas? A qualidade das tripas, aqui no Livre de Reclamações, define um local de consumo. Se são más, o sítio é mau. Se são boas... nunca fiando, prove-se outra coisa até ter a certeza.
Com a localização que tem, com a vista privilegiada sobre o Douro e o Porto-Gaia Património da UNESCO, com o sol a brilhar e o vinho fresco... e alguém resolveu fazer ali um restaurante para agarrar o incauto turista gaulês, galego ou lisboeta. E nem isso consegue: ainda sou do tempo em que lá passava e aquilo estava cheio de camónes a dizer "ai que lindo está o riu!". Mas neste sábado, em que o centro histórico estava cheio de turistas, foi facílimo arranjar lugar. Eu devia ter adivinhado...

Enfim: podia ter um nível compatível com a imagem 1. Mas, infelizmente, só consegue refletir os edifícios de mau gosto no cimo da colina do lado de Gaia, como se vê na imagem 2.

Imagem 1

Imagem 2

domingo, 29 de março de 2015

Uma salada, como convém num domingo à noite

Esta saladinha com tomate e pimento, que a minha amiga L. está ali a preparar para nós, dá-me cá uns calores...



Mel e pele...

Ontem fui ver um filme de uma família de apicultores (Le meraviglie de Alice Rohrwacher) e saí de lá com vontade de comer mel e mato (requeijão)... Não encontrei e fiquei-me por mero bife de picanha.

Os sonhos foram de mel e pele...


criação de Mike Dargas

sábado, 28 de março de 2015

Fast food...

Não sou fanática por hamburguers, mas no verão e em férias são opções atraentes... já as versões “gourmet” têm muito que se lhe diga (lá voltaremos...)
Deixo-vos apenas, como curiosidade, os anúncios da Burger King, de lançamento de um perfume com odor ao mítico Whopper (1 de abril, no Japão) e da McDonald’s (sueca), de lançamento de uma linha de vestuário (via Le Blog de Critizr e fubiz).





Hoje é dia de dieta e de cultura

Para compensar o abuso de sexta-feira ao jantar, queridas amigas, nada como dedicar o sábado a uma desintoxicação pela Arte e pela Cultura.

Vistam-se bem, ponham cara alegre, comam saladas e visitem museus, vão ao teatro ou ao cinema. Ou, simplesmente, andem a pé pelas ruas da vossa terra, que hoje é o Dia Nacional dos Centros Históricos. Olhem, admirem-se, tirem fotografias, façam de conta que não veem os turistas que vos incomodam.

Pela minha parte, vou já tomar um guronsan e um duche, e deixo-vos esta imagem de um pintor flamengo do séculos dezasseis, que nos retrata de forma muito catita um casamento camponês daquela época.

De: Astérix entre os Belgas, 1979. Desenho de Albert Uderzo, com argumento de René Goscinny.



sexta-feira, 27 de março de 2015

Pão de ló

Hoje, a Isabel trouxe um pão de ló para o escritório.
Não é tipo-Margaride, nem tipo-Arouca, nem tipo-Ovar nem tipo-nada.
É Paupério e está divinal.
Até parece que tem a mão da Excelentíssima Irmã do Senhor Espírito Santo. Ou então, da própria Santa Isabel, famosa pelas suas filhós.
Obrigada.


quinta-feira, 26 de março de 2015

Eu é mais é soquetes...

Confesso que fui eu que insisti com umas amigas para irmos a um restaurante de sushi. Chegadas lá, conversa puxa conversa, acabámos numa acalorada discussão sobre o salmão (umas defendiam que o salmão carrega uma grande quantidade de ómega 3, vitaminas A, D, E e do complexo B, magnésio e ferro... outras que a maioria do salmão é criado em cativeiro, tem uma cor que vai do cinza ao bege-claro, passando no máximo por um rosa-pálido e que só tem a cor salmão porque é alimentado uma ração com aditivos sintéticos, derivados de petróleo...).

Conclusão, saí do restaurante um pouco enjoada, não sei se do salmão, se do chá de jasmim...
Cheguei a casa, enfiei-me na cama e fiquei a pensar "eu é mais é soquetes".

quarta-feira, 25 de março de 2015

Parafusos... e coisas

Procurava eu parafusos na rua da Fábrica... para a minha vespa, quando no n.º 73 deparo com um novo estabelecimento... Ostras & Coisas - Mediterranean Restaurant | Seafood Restaurant. Marquei na minha agenda... em breve irei satisfazer a minha curiosidade e avaliar a frescura das mesmas...


Os poetas também se comem, mesmo os indigestos

li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
Os jornais estão cheios de notícias sobre a morte do Poeta Herberto. Eu até nem costumo ler poesias (sou mais de ler ementas e as críticas no Trip Advisor), mas deste até tinha comprado, no ano passado, dez exemplares de um livro muito jeitoso, que o senhor Adérito, daquela Livraria na Baixa, me reservou. E, lembrei-me agora, também houve um namorado que me ofereceu, num Natal qualquer, outro livro, chamado A faca não corta o fogo, porque pensava que era sobre culinária.
Pois é desse livro que retirei os versinhos que acompanham esta minha homenagem. São palavras sobre os gregos, a morte e a paixão - e sobre comidinha, claro.
¿ e o que há assim no mundo que responda à pergunta grega,
pode manter-se a paixão com fruta comida ainda viva,
e fazer depois com sal grosso uma canção curtida pelas cicatrizes,
palavra soprada a que forno com que fôlego,
que alguém perguntasse: tinha paixão?
afastem de mim a pimenta-do-reino, o gengibre, o cravo-da-índia,
ponham muito alto a música e que eu dance,
fluido, infindável,
apanhado por toda a luz antiga e moderna,
os cegos, os temperados, ah não, que ao menos me encontrasse a paixão e eu me perdesse nela,
a paixão grega

segunda-feira, 23 de março de 2015

Não vos vou fazer olhinhos de polvo...

Na sexta-feira, se deus nosso senhor me der apetite, vou jantar ao Olhinhos de Polvo, em Matosinhos (Portugal). Os que conhecem, sabem como é difícl marcar lugar neste templo da relação qualidade-preço.

Da última vez, foi assim: lambuzei-me toda.



domingo, 22 de março de 2015

Cuidado com a saúde!

Siga a recomendação da Sábado, mas não se esqueça de consultar um nutricionista para saber o que realmente lhe convém. Lembre-se de que ambos, cão e gato, têm gorduras "boas", mas que deve evitar os chiuahuas e os dálmatas, especialmente no verão, quando o seu teor em sal é elevadíssimo.


Um conselho da vossa Natacha: um grelhado misto de costelas de doberman e lombo de siamês, um vinho branco gelado, uma salada de tomate e cebola... Hmmm...

sábado, 21 de março de 2015

O primeiro post é sempre o mais difícil

Um bom princípio é começar pela sopa. Mas pedirem quase vinte euros por esta olla aranesa e, ainda por cima, serem forretas no toucinho... não lembra a ninguém! Valeu-lhes estarmos a pé, rodeados de neve, a dez quilómetros da civilização e sem alternativa!


Mas, vá lá, a sala austera é muito agradável, principalmente com seis graus negativos no exterior.


Março de 2015.
Local: Refugi Amics de Montgarri, perto de Beret, Val D'Aran, Catalunha (que ainda é Espanha).

A carta, na escala da Natálya, que vai de (-5: blhêec!) a (+5: I'm in Heaven):
  Variedade: -3 (tenho que ser justa; praticamente havia a sopa e dois ou três tipos de carne para grelhar, mais um queijo).
  Qualidade: + 1 (porque é adequada ao local).
  Vinhos e bebidas: -1 (muito básica, mas quem quer requintes no meio da serra?)
A sala:  não podia ser mais rústica. Atenção que a capacidade é pequena, não dá para mais de 12 pessoas. Mas se estiver tempo aceitável pode sempre trazer-se a comida cá para fora.
Acessos e estacionamento: chega-se lá a pé (duas horas de caminhada desde o parque de estacionamento de Beret!). No inverno, outras alternativas são a moto de neve ou o trenó puxado por cães. No verão, a bicicleta parece o mais adequado.
Enquadramento: juntinho ao Mosteiro de Montgarri, não podia ser mais estimulante (+5).
Preço: caro, para uma quase-barraca de pastores montanheses.
Apreciação global: o local compensa tudo. Vão lá. E reclamem do preço.